terça-feira, 20 de maio de 2014

Política é só para os que sabem?





Existe uma forma tendência de o senso comum achar que na Política só pode participar quem “entende”, mas quem entende? Os estudados? Acadêmicos? Burocratas? Analistas Políticos? Economistas? Em fim,  isso me parece mais um discurso para desestimular quem gosta e tem sede de justiça social e busca na sua comunidade melhorias pra qualidade de vida de um coletivo, é pra fazer aquele camarada que não tem “estudo”, se sentir “menos” na política porque não cursou uma faculdade.
Na política existem intelectuais "orgânicos", sem escola, sem faculdade, mas que conhecem a sabedoria e as necessidades do povo com ninguém, não só sabem, como sentem, só sabem porque viveram a realidade e não as leu e nenhum livro. Um Político representante do Povo precisa ser eleito, não participa de nenhum teste seletivo ou prova de títulos,  precisa representar um segmento da sociedade, uma causa, uma região e suas demandas. Mas  nós é que escolhemos.
Essa concepção de poder restrito aos sábios liga-se em Platão com a ideia do “mito da caverna”. Trata-se de uma caverna onde estão acorrentados homens desde a sua infância, dispostos de tal forma que somente podem vislumbrar o fundo da caverna. À sua frente são projetadas as sombras das coisas que passam às suas costas, onde existe uma fogueira. Essa é a realidade para esses homens. Platão afirma que se um desses homens conseguisse se libertar de seus grilhões e contemplar o mundo exterior, quando retornasse a caverna e relatasse o que havia visto, esses os veria como um louco, não lhe dando crédito.
A indagação de Platão diz respeito a real possibilidade de se influenciar os homens que não querem ver, e nesse âmbito caberia ao sábio ensinar e dirigir esses indivíduos.

Assim para Platão a democracia é inapropriada na medida em que a grande maioria dos indivíduos não está preparada para governar, sendo que o estado deve ser governado por filósofos. Trata-se de uma aristocracia da inteligência, onde o poder é dos melhores, ou em outras palavras, dos mais sábios. Uma visão antiga que ainda perdura nos tempos atuais, mantém a alienação do trabalhador, vai contra a democracia e a participação popular nos espaços de decisão e consulta publica, é como se não fossemos capazes de decidir nosso próprio futuro. 



Um comentário:

  1. Uma visão antiga que ainda perdura nos tempos atuais, mantém a alienação do trabalhador, vai contra a democracia e a participação popular nos espaços de decisão e consulta publica, é como se não fossemos capazes de decidir nosso próprio futuro.

    ResponderExcluir